Enquanto esperamos ansiosamente pelas próximas estreias (vem aí The Bling Ring, Jobs e até um remake de Oldboy por Spike Lee), é hora de eleger os melhores filmes de 2013 até agora. Consideramos, para a lista, as datas de estreia no Brasil.
Confira a lista abaixo:
Kléber Mendonça Filho não poderia passar em branco nesta lista de melhores de 2013 – além de elogiado quase unanimemente pela crítica (coisa rara no cinema nacional), o diretor comprou briga com a maior produtora de filmes brasileiros, a Globo Filmes, acusando-a de oferecer filmes medíocres com divulgação pesada, criando uma concorrência desleal aos produtores independentes. O Som Ao Redor se destaca, ainda, por discutir a situação política da classe média no Recife com uma linguagem poética e atual.
O gênero pode parecer ultrapassado, mas o faroeste “spaghetti” de Quentin Tarantino conquistou o público com a mistura perfeita de grandes atuações, uma trilha sonora marcante e uma história de amor e vingança que subverte a verdadeira história americana. Jamie Foxx vive o escravo liberto Django, que, tutelado pelo caçador de recompensas Dr. King Schultz (Christoph Waltz), sai à caça dos donos de sua esposa para libertá-la. O proprietário, porém, é o poderoso Calvin Candie (Leonardo DiCaprio, em interpretação excepcional). Para fãs de Tarantino.
Uns choraram de emoção, outros saíram chocados. O fato é que Amour, de Michel Haneke, deixou sua marca, e até levou o Oscar de melhor filme estrangeiro neste ano. Jean-Louis Trintignant é George, marido dedicado de Anne (Emmanuelle Riva) e ex-professor de música, como ela. Um dia, Anne sofre um derrame e não se recupera. Acompanhamos, então, a transformação do amor intenso que havia entre os dois para uma relação unilateral de cuidado.
Comédias românticas não merecem a atenção da crítica ou da academia, certo? Errado, pelo menos no caso de O Lado Bom da Vida. Apesar da história relativamente comum de dupla superação por meio de uma meta simbólica (um concurso de dança de salão), dois personagens nada comuns conseguiram cativar jornalistas, o público e até o júri do Oscar 2013, que consagrou a atriz Jennifer Lawrence como a nova queridinha de Hollywood. No filme, ela interpreta Tiffany, uma jovem que perdeu o marido num acidente de carro e tenta superar o trauma à sua própria maneira. Já Bradley Cooper vive Pat, um homem recém-saído da internação por ter atacado o amante da ex-mulher, e que ainda acredita poder reconquistá-la.
Hugh Jackman, Anne Hathaway, Amanda Seyfried, Russell Crowe… O elenco da nova adaptação de Os Miseráveis (romance de Victor Hugo) seria suficiente para garantir uma bilheteria estrondosa, mas o que mais chama a atenção, aqui, não são os rostos bonitos, mas sim as vozes. Fiel à tradição do musical da Broadway, o filme de Tom Hooper é inteiramente cantado, e capricha nos coros e solos virtuosos, como o da atriz Samantha Barks, emprestada dos palcos. O clima de revolta, que antecede em alguns anos a Revolução Francesa, pode ser sentido nos hinos entoados a plenos pulmões – tudo “ao vivo”, sem a segurança do estúdio.
Universidade Monstros pode não ter o mérito da originalidade, por ser o prólogo de outro filme animado: Monstros S.A.. Mas a “sacada” de resgatar a adolescência dos assustadores Mike e Sulley e desenvolver uma nova história, com outros personagens e outro objetivo, fez de “U.M.” um filme completo em si, que nem depende do seu antecessor para fazer sentido entre as crianças (e adultos, que com certeza vão apreciar o ambiente universitário da nova trama).
Recriar o efeito cômico e horripilante do original de 1981 (traduzido por aqui como Uma Noite Alucinante) seria impossível nos dias de hoje, cheio de tecnologias e novas expectativas sobre o trash. A Morte do Demônio, então, retoma a lenda do Livro dos Mortos e apela para o exagero visual para trazer ao público uma homenagem remodelada, porém igualmente grotesca, àquele que foi um dos filmes mais representativos do gênero.
O gênero “sci-fi” voltou à moda com a popularização do universo geek. Assim, o segundo filme da nova saga de Star Trek, comandada por J. J. Abrams, chega às telas num momento mais propício que o primeiro, lançado em 2009, e agora é reforçado pela expectativa de um novo episódio de Star Wars com o mesmo diretor. Além da Escuridão volta a explorar o conflito entre a razão de Spock e a emoção de Kirk, mas força os limites de cada um até inverter os papéis, numa aventura em que o vilão é igualmente ambíguo. Dica: assista numa sala com som de primeira.
Contra todas as expectativas, um filme de zumbis subiu ao posto de melhor filme de ação do ano (até agora), com a ajuda de Brad Pitt. Baseado no livro de mesmo nome, Guerra Mundial Z é o clássico “precisamos encontrar a cura para uma pandemia antes que a humanidade seja extinta”, mas em ritmo acelerado e com direito a viagens de um lado para o outro do mundo, numa corrida sufocante contra o tempo. Quer mais? Os zumbis são rápidos – muito rápidos!
Michel Gondry é assim: ou você o ama e sonha junto, ou não consegue suportar tantas cores, giros de câmera e viagens psicológicas de uma só vez. Para quem ama, A Espuma dos Dias é seu filme mais emocionante e belo, baseado na obra surrealista e anárquica do francês Boris Vian – que parece ter sido feita para Gondry. Audrey Tatou vive a sorridente e otimista Chloe, uma jovem que se casa com o riquíssimo Colin (Romain Duris) e, logo em seguida, descobre ter uma flor crescendo no pulmão, o que leva o marido à falência. Futurista, retrô, romântico e trágico, este filme é, sem dúvida, um dos melhores do ano.